domingo, 23 de outubro de 2011

LIngua de sinais na escola

O ENSINO DA LINGUA DE SINAIS PARA CRIANÇAS SURDAS NA ESCOLA

A língua de sinais deve ser a primeira língua (ou uma das primeiras) adquirida pelas crianças com uma perda auditiva severa. A língua de sinais é uma língua natural, plenamente desenvolvida, que assegura uma comunicação completa e integral.
 Diferentemente da língua oral, a língua de sinais  permite às crianças surdas em idade precoce de comunicar com os pais e com seus pares plenamente, desde que haja a oportunidade desse aprendizado.
A língua de sinais tem papel importante no desenvolvimento cognitivo e social da criança e permite a aquisição de conhecimentos sobre o mundo.
Permite à criança um desenvolvimento e a sua identificação com  mundo surdo (um dos dois mundos aos quais a criança pertence) logo que entre em contato com esse mundo. E mais, a língua de sinais facilitará a aquisição da língua oral, seja na modalidade escrita ou na modalidade falada. É sabido que uma primeira língua adquirida com normalidade, seja uma língua oral ou de uma língua de sinais, estimulará em grande medida a aquisição de uma Segunda língua.
 Finalmente, o fato de ser capaz de utilizar a língua de sinais será uma garantia de que a criança maneja pelo menos uma língua. Apesar dos consideráveis esforços feitos por parte das crianças surdas e dos profissionais que os rodeiam, e apesar do uso de suportes tecnológicos, o fato é que muitas crianças surdas têm grandes dificuldades para perceber e produzir uma língua oral na sua modalidade falada.
Esperar vários anos para alcançar um nível satisfatório que pode não ser alcançado, é negar durante esse tempo o acesso da criança surda a uma língua que satisfaça as suas necessidades (a língua de sinais) é praticamente aceitar o risco de um atraso no seu desenvolvimento linguístico, cognitivo, social ou pessoal.

É nosso dever permitir à criança surda a aquisição de duas línguas, a língua de sinais da comunidade surda (como primeira língua se a sua perda auditiva é severa) e a língua oral da maioria ouvinte. Para isso, a criança deve ter contato com as duas comunidades lingüísticas e deve sentir a necessidade de aprender e usar ambas as línguas.Contar exclusivamente com uma língua, a língua oral, devido aos recentes avanços tecnológicos, é jogar com o futuro da criança surda. É arriscar seu desenvolvimento cognitivo e pessoal e negar-lhe a possibilidade de se identificar culturalmente com os dois mundos aos quais pertence. Ter contato desde uma idade precoce com duas línguas oferecerá à criança muito mais recursos do que tendo apenas uma língua, qualquer que seja seu futuro e qualquer que seja o mundo em que escolherá viver (as vezes só num deles).
 Ninguém se arrepende de saber várias línguas mas sim quando sabe pouco, ainda mais quando o próprio desenvolvimento está em jogo. A criança surda deveria ter o direito de crescer bílingue e é nossa responsabilidade ajudá-la nisso.




                                  Giane Xavier

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